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Matéria no Jornal Correio dos Açores

  • Foto do escritor: angel333fer
    angel333fer
  • 14 de jan. de 2023
  • 3 min de leitura

"Artista plástica brasileira escolhe a ilha de São Miguel como casa e expõe a sua arte"


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Desde o passado dia 27 de Março que a exposição “In-Between”, da autoria da artista plástica Angela Fernandes, está patente nos corredores do Hotel do Colégio, presenteando aqueles que o visitam com o resultado das várias horas de imersão e de contemplação da natureza que decorreram desde que a pintora assentou os pés pela primeira vez na ilha de São Miguel, em Setembro de 2020.


Dos 25 quadros que a artista brasileira pintou já nos Açores, para onde viria inicialmente apenas para fazer um curso de cerâmica com a duração de alguns meses, 13 foram escolhidos por Ana Feijó para integrarem esta sua primeira exposição de pintura nos Açores, tornando-se assim a arquitecta com um gosto especial pela decoração de hotéis na curadora desta exposição que continuará a poder ser visitada no referido hotel do centro de Ponta Delgada até ao dia 27 de Abril.


Assim, Ana Feijó teve o desafiante trabalho de, entre todas as pinturas mais actuais de Angela Fernandes, “seleccionar um conjunto que fosse coerente entre si” e que cumprisse o propósito de apresentar esta artista aos Açores, pois embora o seu trabalho seja reconhecido por todo o Brasil, tendo até ganhado a distinção de prata na 13.ª Grande Exposição de Arte Bunkyo na categoria de arte contemporânea, nos Açores o seu nome não é ainda tão conhecido.


No que diz respeito ao nome da exposição, a pintora salienta que este foi alcançado durante uma conversa com um amigo que lhe confidenciou que o seu trabalho lhe fazia lembrar as grotas e o oceano. “Ele disse-me que sempre que via uma grota via também as raízes que eu pinto, disse que estou ‘entre’ a natureza e ‘entre’ a sua sensação e expressão, por isso o nome da exposição ficou “In-Between”, porque é entre o Brasil, entre os Açores, entre São Paulo, entre Ponta Delgada, entre a pandemia e a guerra”, explica a artista.


Sendo “uma artista obsessiva” (uma vez que acredita que o artista deve insistir “naquilo que sabe”), conta que o seu processo criativo passa por uma imersão na natureza e por “ir ao fundo das coisas, estudar para as entender e pesquisar”, acabando assim por “acumular muitas memórias e vivências” para depois as “imprimir” nas suas telas, trabalho este que não estava a conseguir fazer em São Paulo, cidade onde – apesar de imensa – se sentia “presa numa caixinha”.


Apesar de fazer muitas coisas com recurso a pincel, Angela Fernandes não esconde a preferência que dá a objectos cortantes, nomeadamente espátulas, uma vez que é este tipo de material que lhe permite “dançar sobre a obra e dar-lhe movimento”, uma vez que, na sua perspectiva, é isso que torna o seu trabalho “muito único”.


Desde a primeira abordagem, conta, soube que o Hotel do Colégio seria muito especial e importante na divulgação do seu trabalho artístico, uma vez que os proprietários do espaço sempre demonstraram ser “amantes da arte e sempre demonstraram entender a necessidade da arte e de conviver com a arte e com a liberdade”. E embora esta sua primeira exposição tenha ainda pouco tempo, a realidade é que todos os quadros seleccionados tiveram comprador garantido, o que faz com que Angela Fernandes e Ana Feijó desejem dar o passo seguinte e levar alguns dos trabalhos da artista brasileira a outras ilhas, nomeadamente à ilha Terceira.


Enquanto esse passo não é dado, a artista que encontrou nos Açores um dos seus lugares preferidos no mundo inteiro, encontra-se a dar aulas de pintura no seu atelier, por coincidência localizado na mesma rua do hotel que acolheu o seu trabalho, sendo esta a forma que encontrou também de “fazer alguma coisa pela ilha e para agradecer a minha estadia e pesquisa aqui”. Em acréscimo, salienta também o desejo de levar a cabo um projecto social com crianças, também na ilha de São Miguel, de forma a “levar a pintura até eles” e de se “envolver mais com a comunidade” através de um “trabalho voluntário potente com crianças” e ao levar “a arte a quem precisa”.


 
 
 

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© 2023 por Renata de Luca

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